sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Como tudo começou...

Há mais ou menos três anos eu queria um gatinho branco. Já tinha um preto, uma preta e branca e uma siamês em casa, mas nunca tinha tido um gato branco. Perto da minha casa tem um petshop com uns gatinhos pra adoção e na época eu vi de longe, quando passei na frente, que tinham uns gatinhos brancos e voltei pra pegar. Cheguei toda feliz, felicidade que não durou nem um segundo por conta da situação que encontrei. Numa gaiola imunda tinham oito gatinhos. Sim, OITO, e um deles estava morrendo, agoniando enquanto os outros avançavam na grade, desesperados por salvação, loucos pra sair daquele lugar nojento, quando me viram. Eram gatos filhotes, magros, mufinos, remelentos, tão novinhos que ainda deviam estar com a mãe, mamando e não ali servidos de ração misturada com água. Não contei conversa, chamei o dono do lugar e disse que queria cinco gatinhos, os mais fracos. Ele me deu uma caixa, ainda incrédulo que eu levaria todos eles. Disse a ele que aquilo era injusto, que deviam estar com a mãe, que estavam morrendo. Lembro bem da resposta dele: "Minha filha, eu não posso fazer nada. Já estão aqui por que as pessoas abandonam gatos aqui todos os dias. Não é minha culpa." Não respondi e fui embora. Uma moça trabalhava em casa e foi comigo, ela carregou a caixa enquanto eu levava o filhote que estava morrendo na mão. Bom, ele morreu antes que eu chegasse em casa, na palma das minhas mãos.
Minha mãe chegou em casa um pouco depois e quando viu aquele monte de gatos, pirou. Perguntou onde eu tinha arrumado, o que eu ia fazer com aquilo, disse que eu não ia ficar com eles, enfim, escutei um sermão. Mas mamãe é muito boa, viu que dois gatinhos estavam bem doentinhos e os levou no veterinário (nosso anjo, Dr. Oarde) na mesma hora. Esses dois que foram, não voltaram. Morreram lá.
De cinco sobraram dois, e eu ainda fiquei pensando nos outros três que ficaram pra trás e não resisti. Fui buscar. Fui mesmo.
Passei semanas cuidando da minha nova prole de perto. Levei-os ao veterinário para serem vermifugados, dei muito carinho, tratei bastante, alguns eu precisei dar mamadeira ainda e foi assim que minha sina felina comecou. Minha mãe me fez doar todos eles, e tentou me parar. Claro que em vão. 
Hoje estou mais organizada, tenho um pequeno gatil que ganhei do meu pai,  fica onde trabalhamos, e em casa tenho um lugarzinho pra guardar os mais doentes ou filhotes. Tenho um limite de resgates por vez, tenho pessoas que me ajudam na divulgação, amigos que ajudam com ração e assim vou levando. Aqui quero postar os casos mais interessantes, os mais trabalhosos, os que mais me tocam. Quero compartilhar com as pessoas esse pedaço do meu mundo, que é o que me move, e é aonde me sinto mais perto do céu, graças a essas criaturas que me enchem do mais puro amor e orgulho.

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